Alemanha – O caso de Johannes Domhover, ou, Por que jamais devemos tolerar abusadores entre nós

Esse é Johannes Domhover, militante antifascista, notório predador sexual, denunciado em inúmeras ocasiões. Permaneceu circulando neste meio, até ser detido pela polícia. Agora, dentro do programa de proteção a testemunha ele é a principal testemunha (cagueta) em um caso montado pelo estado alemão na tentativa de perseguir e desmobilizar inúmeras organizações. No dia 15 de Juho, policiais conduziram buscas na casa de dois de seus antigos companheiros, além de deter ao menos uma pessoa para recolhimento de material de DNA.

No Brasil, não nos faltam casos de abusadores caminhando livres nos meios radicais, normalmente acolhidos e protegidos por outros homens, mas, como não tenho advogados: Que o caso europeu sirva para repensarmos nossas posturas, dentro das organizações e coletivos que compomos.

Nossas companheiras estão exaustas e furiosas, e com motivos de sobra. Não é de hoje que apontam que não se pode confiar em pessoas que tenham condutas graves como abusadores. Essas pessoas demonstram estar em um estado mental incompatível com o da construção social, são um risco para quem os cerca, e também para as organizações que compõem. Além do irreparável terror que causam em suas vítimas, toda violência causada por abusadores pode e eventualmente será usada pelas forças policias.

Existem suspeitas de que Domhover tenha começado a colaborar com a polícia antes mesmo de ser preso. E militantes locais tem evidências o suficiente para acreditarem que os fascistas da região tem acesso livre as centenas de páginas do processo que ele tem ajudado a montar, revelando dados sensíveis que podem comprometer a segurança de anarquistas e antifascistas de toda Alemanha.

Proteger um abusador, seja por amizade, seja pela suposta importância da pessoa para com o coletivo, é ser cúmplice da opressão patriarcal, é um convite para que outras formas mais institucionalizadas de repressão contra revolucionária venham nos assombrar.

Nas palavras das companheiras da Soli Antifa, uma organização implicada nas denúncias;

“Podemos assumir que Domhöver oferecerá todas as informações que a polícia quiser, sejam elas verdadeiras, exageradas ou completamente fictícias.

O fato de um estuprador ser também, sempre um traidor político, deve estar nítido para todos. Não é a exposição e as denúncias que fazem um estuprador trair os seus companheiros. Elas apenas trazem à tona sua falta de convicção política e seu caráter imundo.”

PELA AUTODEFESA EM TODOS OS NÍVEIS, CONTRA OS AGENTES DO PATRIARCADO

fonte: https://www.soli-antifa-ost.org